“Amores vão mas as amizades são pra sempre”… Será?

Sabe quando você levanta uma bandeira de comportamento e acha que, seguir sempre com ela é a coisa mais prudente e certa?! Pois é, eu sempre fui assim no quesito amizades e namorados. Sempre condenei aquelas pessoas que se afastavam dos amigos (principalmente os amigos do sexo oposto) quando começavam a namorar alguém. Achava um absurdo a pessoa mudar, sempre com o lema “amores vão mas as amizades são pra sempre”. Isso inclusive, já me prejudicou muito. Lembro-me de alguns relacionamentos que foram ladeira abaixo por conta da não aceitação dos meus amigos homens por parte do outro, que sempre foram em números mais expressivos que os das mulheres. Toda mulher que tem grandes amigos homens sabe como eles são eufóricos e protetores. Se eles te encontram numa festa eles vêm, te abraçam, te rodam, fazem brincadeiras. Por vezes até ignoram o cara que está com você (o que não é legal…) e que cabe a você dar limites a euforia e fazer as devidas apresentações. E por essa tamanha receptividade, é óbvio que faz por vezes parecer para os outros que ali existe algo além da amizade. O que, pelo menos no meu caso, nunca foi verdade.

Pois bem, eu sempre fui querida com meus amigos e independente de estar ou não acompanhada, sempre os tratei da mesma forma, mas até então, sempre era eu a pessoa acompanhada e não eles.

Notei essa diferença claramente neste carnaval. Encontrei determinado amigo que apesar de não nos vermos sempre, mas quando isso acontecia, era conversa por mais de horas. Neste carnaval, pela primeira vez, o encontrei com uma nova namorada. E pasmem, aquela alegria e festa de me encontrar, virou uma atitude de quem cumprimenta de longe um conhecido do trabalho. Sabe quando você se sente uma otária?! Comecei a lembrar de todas as brigas que tive, em vários relacionamentos, por conta da forma que ele me cumprimentava, e de como sempre defendi que não se deve mudar por conta de um namoro, e eis que a vida me deu um tapa de luva. Notei também, que não apenas ele, mas como 99% dos homens muda quando está se relacionando. Eles agem como se as amigas fossem pessoas com doenças transmissíveis, que precisam ser isoladas do convívio com suas novas namoradas e assim faz a gente questionar se, por trás de toda aquela amizade realmente não existia um interesse a mais por parte deles.

Hoje, mudei totalmente a minha postura. Passei a agir de forma menos eufórica e mais racional também. Quando vejo um amigo como esse que descrevi acima, em primeiro lugar mostro para meu namorado quem é, e conto uma breve história de onde nos conhecemos, incluindo as amigas conhecidas que o tal amigo já ficou. Fico na minha e espero ele notar a minha presença e se ele quiser, vir até mim e falar comigo. Não vou mais atrás, não faço mais aquela festa de antes e quando vou falar, faço toda a questão de me posicionar ao lado da namorada dele para não ter margem para nenhuma conversa que a possa isolar, ou ao meu namorado. Hoje percebo que, temos que valorizar e demonstrar respeito e lealdade quem está ao nosso lado e não aqueles que esporadicamente vemos e chamamos de “amigos”. Temos que ter em mente também o marco que muda a categoria de “amigo” para “conhecido” e ver que quem de fato merece a nossa consideração são aqueles amigos de verdade, e não aqueles conhecidos que usam o fato de nos conhecer como forma de status ou de vantagem social.